terça-feira, 23 de abril de 2013

Estaduais são necessários, mas precisam ser repensados



Diferentemente do meu amigo e apresentador do Esporte na Rede Leandro Martins, sou favorável aos campeonatos estaduais. Não acho que o futebol brasileiro viva somente dos 20 clubes das Séries A, B e C. Existem muito mais do que isso no universo do nosso futebol. Além dos clubes, temos estádios, histórias e, principalmente, pessoas que vivem disso e para isso.

Também não creio que seja possível e verossímil de uma só vez acabarmos com todos os campeonatos regionais. Os clubes que disputam essas competições têm realidades muito diferentes. É difícil comparar a rotina de um time como o Santos com Mixto, Atlético de Ibirama ou Chã Grande. O que é necessário, e para ontem, é racionalizar e tornar mais atrativos campeonatos desse tipo.

Um campeonato como o paulista, que tem 19 rodadas que servem apenas para definir em qual posição vão ficar os quatro clubes grandes, precisa ser modificado para o seu próprio bem. Não adianta nada termos um torneio com mais de 100 anos de existência e fórmulas de disputa completamente ultrapassadas. Isso gera desinteresse do público e, consequentemente, estádios vazios, baixas rendas e mais desgaste para atletas e profissionais de comissão técnica.

Com isso, os campeonatos regionais ficam esvaziados e muita gente chega a defender a extinção deles, como se fosse um engodo. As federações deveriam investir em fórmulas que mantenham os clubes do interior o maior tempo possível em atividade. São esses times do interior que, na maioria dos casos, preenche a demanda dos times grandes com bons jogadores. Exemplos existem aos montes: Paulinho, volante do Corinthians, apareceu para o futebol atuando pelo Bragantino; Fred, atacante do Fluminense, surgiu no América-MG; Réver, zagueiro do Atlético-MG, começou no Paulista da nossa vizinha Jundiaí.

Na minha opinião poderíamos ter os regionais disputados por duas formas: na primeira as equipes menores se enfrentariam em grupos até cruzarem com os grandes nas fases finais. Na segunda, faria a proposta de dividir os times em grupos menores (2 grupos de 10 ou 3 grupos de 6 clubes), com menos rodadas disputadas. No final, os times que não conseguiram se classificar à segunda fase entrariam em um outro torneio para determinar um campeão, com direito a bons prêmios.

É claro que uma série de fatores deve ser pensada e para isso existem as federações locais. Afinal de contas, esse organismo deveria ser o responsável por realizar, organizar e manter suas competições, não é mesmo?

O importante é que um primeiro passo seja dado, por dirigentes, clubes ou até mesmo os jogadores. Não podemos mais assistir a um festival de partidas sem sentido que servem para lesionar jogadores, pressionar treinadores ou estragam gramados.

Alexandre Aníbal

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