domingo, 2 de junho de 2013

Coluna Momento Motor: O tapa buraco do automobilismo brasileiro




Paulo Arnaldo Lima


Amigo internauta do Esporte na Rede. Há tempos, estou preocupado com o nosso automobilismo, aqui no Brasil! Na década passada, o nosso país produziu vários bons pilotos com projeção internacional em diversas categorias mundo afora, além de povoar a Fórmula 1 e a Fórmula Indy. O Brasil tinha um kartismo muito forte e categorias base de monoposto, como a Fórmula 3 Sulamericana e a Fórmula Renault Brasil. Ao passar do tempo, as categorias de base foram sumindo. Ou no caso da F-3 Sulamericana tenta sobreviver com a sobra da sobra.

Não bastasse a ausência das categorias base, o problema crônico se instaurou nos nossos autódromos. O tradicional circuito de Jacarepaguá foi mutilado nas obras para o pan de 2007 e decretado o fim definitivo no ano passado. As promessas de um circuito novo no Rio de Janeiro continuam na fase de promessas! 



Depois de tanto tempo, a CBA demonstra incompetência para resolver o caso. Deodoro seria o local para a construção. Acreditem! No mês passado, veio à tona a descoberta de um campo minado no terreno destinado a construção desse dito novo autódromo. Desorganização, falta de seriedade e muita má vontade! Estou pegando leve nos adjetivos, para não perder a razão! Mas é incrível como os governantes e CBA tratam a questão na brincadeira!



Neste final de semana, mais um fato lamentável. Aliás, este fato me obrigou a abordar esse tema na coluna! A reforma de “brincadeira” no autódromo de Brasília, que recebeu neste final de semana a Stock Car.   

Acreditem se quiser! Na reforma do autódromo, o prolongamento da zebra da parte externa das curvas 1 e 4 foram inseridas tampas de bueiro para escoamento de água sem resistência e proteção inadequada. As tampas foram facilmente arrancadas com a passagem dos carros em velocidade. São curvas de altíssima velocidade e é comum os carros passarem além da zebra. Diante do problema, os pilotos da categoria correram risco de sofrer um grave acidente quando as tampas se soltaram.



O treino classificatório da Stock Car sofreu atraso de 30 minutos. Um jeitinho à moda Brasil resolveu o problema para o treino  classificatório e para a corrida no domingo. O buraco foi coberto com concreto! Sorte que não choveu! Provavelmente veremos improvisações como essa nos nossos estádios da Copa do Mundo!



Felipe Massa teve razão ao esbravejar pela situação via Twitter. Neste episódio, CBA, administradores do autódromo de Brasília e a Vicar (entidade responsável pela realização da Stock Car) foram responsáveis neste lamentável episódio. A Stock Car, junto com a F-Truck ainda são coisas boas que restam no nosso automobilismo.  Embora, ações como essa denigrem. 

A Stock já vem sofrendo com a ausência de um patrocinador oficial e perdeu espaço na grade da TV Globo, embora tenta compensar com  cobertura mais ampla no Sportv. Porém, nada refresca a situação e a categoria sofre queda, mesmo com Rubens Barrichello competindo na categoria.

Falta organização, planejamento e acima de tudo, mais profissionalismo. Definitivamente, temos que parar de improvisar e fazer um trabalho sério, com dedicação. Por um acaso, estou citando situações que ocorrem somente no automobilismo? Ou será que isso não se estende aos outros esportes e a todas as questões sociais do nosso país?

Voltando ao automobilismo. É preocupante! Temos apenas Felipe Massa na F-1. Temos apenas Felipe Nasr na GP2, principal categoria de acesso à Fórmula 1. Temos apenas Helio Castroneves e Tony Kanaan na Indy. Alguns outros pilotos como Augusto Farfus na DTM, Bruno Senna e Lucas Di Grassi na WEC e Nelsinho Piquet e Miguel Paludo na Nascar. São nomes que surgiram na onda dos bons frutos da década passada. E resistem aos estragos dos dias atuais do nosso automobilismo. 

Mas aí pergunto! Como ficarão as coisas na próxima década?

Semana que vem, dia 09 de junho será realizada o GP do Canadá de Fórmula 1. Aliás, a F-1 também está passando por um período conturbado nos bastidores. Muita polêmica após os testes dos 1.000 km da Mercedes. Portanto, na próxima semana, tratarei estes assuntos! Até a próxima!



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