Paulo Arnaldo
(De São Paulo)
Amigo do Esporte na Rede. Essa pausa de férias na Fórmula 1
não foi só abastecida de notícias de dança dos pilotos. A onda de problemas
financeiros envolvendo as equipes Sauber e mais recentemente a Lotus ganharam as
manchetes dos noticiários especializados em automobilismo. No histórico recente
Force India e Marussia também foram alvos dessas notícias e a HRT foi a última
equipe que fechou as portas na virada de 2012 para 2013.
Essa situação preocupa! A mais inusitada foi a Lotus que nas
suas condições conta com Kimi Räikkönen na luta pelo título e ele é o atual
vice-líder do mundial. O grupo Genii Capital, proprietário da equipe Lotus,
está entre a faca e a cruz. Atrasou o salário do Kimi, congelou a evolução do
carro deste ano e está seriamente ameaçada de perder o Kimi para a Ferrari ou
Red Bull, figura chave – pivô - do plano de negócios da equipe. Além disso, com
toda a mudança técnica que a Fórmula 1 sofrerá no próximo ano, o
desenvolvimento do novo carro acarretará aumento dos custos. Se Kimi Räikkönen
resolver seguir na Red Bull ou na Ferrari no próximo ano, o Grupo Genii Capital
poderá sair de cena! A Lotus poderá ser vendida ou fechada. Uma pena, para uma
equipe que faz grande trabalho neste ano!
A Sauber foi brilhante no ano passado e tem sido um desastre
neste ano. A equipe perdeu a referência do proprietário do time Peter Sauber que
resolveu se aposentar. Além de perder o mentor, a equipe perdeu totalmente o
rumo. Do lado financeiro, dois meses de salários atrasados do Nico
Hülkenberg e uma situação crítica,
segundo a publicação do jornal alemão Bild , estima-se 1 milhão de reais em dívida. Diferente da situação da Lotus, um desempenho que não chega nem
perto dos resultados conquistados no ano passado, quando quase chegou a
vitória. Um grupo de três empresas da Rússia, indicados por Bernie Ecclestone foi
anunciado como salvador da pátria, mas o acordo segue em curso de negociação e
indefinição. Por isso, o futuro segue incerto e a profundidade do buraco que a
equipe suíça mergulhou aumenta a cada dia.
No início do ano, a Force India, que tem um dos melhores
carros do grid na atual temporada, também marcou presença nas manchetes da equipe
que sofre problemas financeiros. Não diretamente na equipe, mas nas empresas e
parceiros de Vijay Mallya, proprietário indiano da equipe Force India. Principalmente
na empresa aérea Kingfisher Airlines que está mergulhada em crise e dívidas.
Quando pipocar de vez esse problema na Kingfisher, certamente espirrará na equipe
Force India. Mais uma equipe com o sinal de alerta vermelho!
A equipe Marussia sempre foi colocada como candidata a fechar as
portas. Contando com a estrutura de equipe mais fraca na Fórmula 1, a equipe só
sobrevive com perspectiva na virada técnica que a Fórmula 1 terá de 2013 para
2014 por que firmou uma parceria com a Ferrari, no momento que Jules Bianchi, piloto da
academia de desenvolvimento da Ferrari, foi colocado na equipe para ganhar experiência
com um carro de Fórmula 1. Apesar do apoio da Ferrari, quando Bianchi for
promovido à Ferrari, como será?
Um dos objetivos da troca dos V8 pelos V6 turbinados é baixar os custos. Com
isso, faz parte do escopo congelar de forma gradativa a evolução do motor V6
turbo entre 2014 e 2018. Isso já ocorre atualmente com o V8. Mercedes, Renault
e Ferrari seguirão como fornecedoras. A Honda entrará em 2015 pela McLaren. Quem
imaginava que a nova especificação poderia trazer mais novos fornecedores, se
enganou. E o pior! Os custos dessa transformação sempre são dolorosos para quem
já está vivendo na corda bamba!
Nos últimos anos, a principal tentativa de baixar os custos
astronômicos da Fórmula 1 foi praticamente aniquilar os testes coletivos
durante a temporada. Mas como a Fórmula 1 segue um princípio de evolução, o
fluxo dos altos custos foi direcionado para simuladores e túneis de vento. Ou
seja, foi um tremendo tiro de canhão nos pés.
A Fórmula 1 vive um momento delicado com o alto risco de diminuir
o grid. A F-1 conta com um grupo de alto risco: Force India, Lotus e Sauber.
Sem considerar que a qualquer momento pode pingar uma notícia de mais uma equipe
sofredora de problemas financeiros. Há solução? Difícil! Há algumas sugestões,
antigas, como liberar o terceiro carro para as equipes grandes. Talvez funcione!
Talvez passar pela fragilidade do momento seja o maior desafio da Fórmula 1,
atualmente!
Enquanto isso, na dança dos pilotos...
Estava mais certo para Kimi Räikkönen seguir para a Red Bull
na vaga de Webber. Na Hungria, surgiu a notícia do encontro de representantes de
Fernando Alonso com o diretor Christian Horner para esta vaguinha na Red Bull.
Neste intervalo, surgiu o rumor dando como quase certo o retorno de Kimi
Räikkönen à Ferrari no lugar de Felipe Massa. Por fim, Daniel Ricciardo na mais
almejada vaga da Red Bull. A imprensa especializada passou esse período
chutando bem... Melhor aguardarmos definições mais claras, principalmente na próxima
semana quando a Fórmula 1 desembarcará na Bélgica. Por lá, estarei mais crente com
as notícias!
Amigo internauta do Esporte na Rede! Semana que vem tem mais
coluna Momento Motor. Volto para repercutir o GP da Bélgica na próxima semana e
quem sabe, com novidades nas definições de pilotos para o próximo ano. Até
semana que vem!
Esporte na Rede na Fórmula 1 é análise esportiva de qualidade!