O interesse do brasileiro pelo automobilismo se tornou algo
bem complexo. Diferente da minha maneira de acompanhar e as razões pela qual gosto
do automobilismo, não me limito acompanhar somente a Fórmula 1 e não só me
interesso por uma corrida por causa das condições de vitória dos pilotos
brasileiros. Claro que continuo torcendo pelos “brazucas”. Principalmente
quando eles lutam por vitórias e títulos, no cenário internacional.
A contradição de 2013 envolve situações curiosas. De um
lado, o não sucesso dos brasileiros na Fórmula 1 nos últimos anos. A eminência próximo ano, seguir
a tendência de sem vitória e uma ameaça real de não ter um piloto brasileiro sequer
representando a “categoria máxima”. Dúvidas! Felipe Massa continua em uma
equipe competitiva na Fórmula 1? Rubens Barrichello será o piloto da Sauber?
Felipe Nasr, mesmo sem uma vitória e sem o título na GP2, ocuparia uma vaga na
Fórmula 1 devido ao bom aporte financeiro e parceiros que o patrocina?
Por outro lado, Tony Kanaan conquistou de maneira brilhante as
500 Milhas de Indianápolis, um dos três eventos mais importante do automobilismo.
Helio Castroneves possui chances reais de terminar a temporada com a conquista
do campeonato de Fórmula Indy. Na DTM, Augusto Farfus teve três vitórias na
temporada e chegou a lutar pelo título. Na verdade, como Mike Rockenfeller terminou
a corrida deste domingo (29/09) na Holanda, em segundo lugar, conquistou o
título por uma prova de antecipação. Apesar de não conquistar o título, Farfus
se transformou no piloto referência dentro do time da BMW. As vitórias foram
sensacionais, em uma categoria que o Brasil nem tinha um representante até
pouco tempo atrás. Na Europa e principalmente na Alemanha (base dessa
categoria), há grande público acompanhando e os autódromos onde ocorrem as corridas
estão sempre cheios. Além das marcas que estão envolvidas na categoria: BMW,
Audi e Mercedes (que foi cogitado como destino de Massa caso ele deixe a
Fórmula 1) competem nessa categoria tão bacana e que não deixe nada a desejar
em relação a Fórmula 1. Quem acompanha, sabe o que estou falando.
Pois bem, do lado que o público brasileiro está habituado,
problemas e indefinições para 2014. A Globo teve que assumir perante o público
e parceiros comerciais uma garantia de continuidade na transmissão da atração no
ano que vem. O outro lado, apesar de tantas conquistas, o espectador brasileiro
não dá a devida atenção. Seria por causa da emissora detentora dos direitos de
transmissão da Fórmula Indy e DTM, que neste caso é o grupo Bandeirantes, não
está sendo feliz na divulgação e visibilidade dos eventos dentro da
programação? Virou aquela questão de valorizar demais algo que está errado e
desvalorizar algo que está dando certo! Impressionante, não?
Existe uma dificuldade enorme de convencer o público para olhar com brilho a
conquista dos brasileiros nas outras séries. Mais difícil ainda convencer as
pessoas de continuar assistindo a Fórmula 1 mesmo sem um brasileiro com chances
de vitória. Aliás, as pessoas andam amargas quando cita o nome do Felipe Massa
na F-1, como se ele tivesse com a obrigação de realizar as façanhas do trio
Fittipaldi, Piquet e Senna. A morte do Senna foi outro fator que fez o público
perder o interesse pela Fórmula 1. Ouço, todos os dias, pessoas dizendo que não
acompanham a Fórmula 1 por causa da morte do Senna.
Comigo, o efeito foi totalmente inverso. Tinha 13 anos de
idade quando o Senna se foi. Senna foi o meu herói da infância e adolescência.
Chorei e me traumatizei naquele fatídico 1º de maio de 1994. Assisti a temporada de 87 inteira, no
terceiro título de Piquet. Assisti as
três conquistas de Senna. No meu autorama, tinha a Lotus de Piquet e a McLaren
de Senna. Era como os outros. Acompanhava somente a Fórmula 1. O pós-morte me deu
outra visão! Na ocasião, chateado com a Fórmula 1, resolvi assistir todas as
outras categorias. Passei a admirar a Nascar, DTM, Stock Car do Brasil, Fórmula
Indy, MotoGP, etc. No fundo, tinha certeza de que gostava, DE VERDADE, do
automobilismo. A tristeza da Fórmula 1 passou e voltei a acompanhar a F-1,
quando Jacques Villeneueve foi campeão da Indy em 95 e se transferiu para a Williams
em 96.
Aos pilotos Brasileiros, continuarei sempre na torcida, por
que além de gostar do esporte, reconheço o valor de todos vocês. Mesmo quando
não tiver brasileiro na jogada, não conseguirei deixar de acompanhar a
adrenalina da velocidade, a admiração pelo desafio de pilotar e curtir o ronco
dos motores.
Parabéns Augusto Farfus pela grande temporada na DTM neste
ano de 2013! Parabéns Tony Kanaan pela maravilhosa conquista nas 500 Milhas de
Indianápolis! Helinho! Continuarei na torcida por você na conquista do título
da Fórmula Indy deste ano. Estou também na torcida por Barrichello, Massa
e Felipe Nasr - que na minha opinião, deveria brigar pelo título da GP2 do ano
que vem, antes de ir para Fórmula 1, para chegar com outro status. E não
simplesmente chegar a Fórmula 1, por que meia dúzia de brasileiros precisam ver
brasileiro, ou melhor, um novo Senna na TV guiando um F-1. Vide, o que
aconteceu com ex novo Senna, Felipe Massa.
Lembrem-se! Todos vocês são a essência do meu esforço e
trabalho que realizo com o Momento Motor.
Afinal, o Momento Motor do Esporte na Rede é análise esportiva de qualidade!