domingo, 29 de setembro de 2013

Coluna Momento Motor: À favor e contra o Brasil


 
O interesse do brasileiro pelo automobilismo se tornou algo bem complexo. Diferente da minha maneira de acompanhar e as razões pela qual gosto do automobilismo, não me limito acompanhar somente a Fórmula 1 e não só me interesso por uma corrida por causa das condições de vitória dos pilotos brasileiros. Claro que continuo torcendo pelos “brazucas”. Principalmente quando eles lutam por vitórias e títulos, no cenário internacional.
 

A contradição de 2013 envolve situações curiosas. De um lado, o não sucesso dos brasileiros na Fórmula 1  nos últimos anos. A eminência próximo ano, seguir a tendência de sem vitória e uma ameaça real de não ter um piloto brasileiro sequer representando a “categoria máxima”. Dúvidas! Felipe Massa continua em uma equipe competitiva na Fórmula 1? Rubens Barrichello será o piloto da Sauber? Felipe Nasr, mesmo sem uma vitória e sem o título na GP2, ocuparia uma vaga na Fórmula 1 devido ao bom aporte financeiro e parceiros que o patrocina?

 
Por outro lado, Tony Kanaan conquistou de maneira brilhante as 500 Milhas de Indianápolis, um dos três eventos mais importante do automobilismo. Helio Castroneves possui chances reais de terminar a temporada com a conquista do campeonato de Fórmula Indy. Na DTM, Augusto Farfus teve três vitórias na temporada e chegou a lutar pelo título. Na verdade, como Mike Rockenfeller terminou a corrida deste domingo (29/09) na Holanda, em segundo lugar, conquistou o título por uma prova de antecipação. Apesar de não conquistar o título, Farfus se transformou no piloto referência dentro do time da BMW. As vitórias foram sensacionais, em uma categoria que o Brasil nem tinha um representante até pouco tempo atrás. Na Europa e principalmente na Alemanha (base dessa categoria), há grande público acompanhando e os autódromos onde ocorrem as corridas estão sempre cheios. Além das marcas que estão envolvidas na categoria: BMW, Audi e Mercedes (que foi cogitado como destino de Massa caso ele deixe a Fórmula 1) competem nessa categoria tão bacana e que não deixe nada a desejar em relação a Fórmula 1. Quem acompanha, sabe o que estou falando.

 
Pois bem, do lado que o público brasileiro está habituado, problemas e indefinições para 2014. A Globo teve que assumir perante o público e parceiros comerciais uma garantia de continuidade na transmissão da atração no ano que vem. O outro lado, apesar de tantas conquistas, o espectador brasileiro não dá a devida atenção. Seria por causa da emissora detentora dos direitos de transmissão da Fórmula Indy e DTM, que neste caso é o grupo Bandeirantes, não está sendo feliz na divulgação e visibilidade dos eventos dentro da programação? Virou aquela questão de valorizar demais algo que está errado e desvalorizar algo que está dando certo! Impressionante, não?

Existe uma dificuldade enorme de convencer o público para olhar com brilho a conquista dos brasileiros nas outras séries. Mais difícil ainda convencer as pessoas de continuar assistindo a Fórmula 1 mesmo sem um brasileiro com chances de vitória. Aliás, as pessoas andam amargas quando cita o nome do Felipe Massa na F-1, como se ele tivesse com a obrigação de realizar as façanhas do trio Fittipaldi, Piquet e Senna. A morte do Senna foi outro fator que fez o público perder o interesse pela Fórmula 1. Ouço, todos os dias, pessoas dizendo que não acompanham a Fórmula 1 por causa da morte do Senna.

Comigo, o efeito foi totalmente inverso. Tinha 13 anos de idade quando o Senna se foi. Senna foi o meu herói da infância e adolescência. Chorei e me traumatizei naquele fatídico 1º de maio de 1994.  Assisti a temporada de 87 inteira, no terceiro título  de Piquet. Assisti as três conquistas de Senna. No meu autorama, tinha a Lotus de Piquet e a McLaren de Senna. Era como os outros. Acompanhava somente a Fórmula 1. O pós-morte me deu outra visão! Na ocasião, chateado com a Fórmula 1, resolvi assistir todas as outras categorias. Passei a admirar a Nascar, DTM, Stock Car do Brasil, Fórmula Indy, MotoGP, etc. No fundo, tinha certeza de que gostava, DE VERDADE, do automobilismo. A tristeza da Fórmula 1 passou e voltei a acompanhar a F-1, quando Jacques Villeneueve foi campeão da Indy em 95 e se transferiu para a Williams em 96.
Aos pilotos Brasileiros, continuarei sempre na torcida, por que além de gostar do esporte, reconheço o valor de todos vocês. Mesmo quando não tiver brasileiro na jogada, não conseguirei deixar de acompanhar a adrenalina da velocidade, a admiração pelo desafio de pilotar e curtir o ronco dos motores.

Parabéns Augusto Farfus pela grande temporada na DTM neste ano de 2013! Parabéns Tony Kanaan pela maravilhosa conquista nas 500 Milhas de Indianápolis! Helinho! Continuarei na torcida por você na conquista do título da  Fórmula Indy deste ano.  Estou também na torcida por Barrichello, Massa e Felipe Nasr - que na minha opinião, deveria brigar pelo título da GP2 do ano que vem, antes de ir para Fórmula 1, para chegar com outro status. E não simplesmente chegar a Fórmula 1, por que meia dúzia de brasileiros precisam ver brasileiro, ou melhor, um novo Senna na TV guiando um F-1. Vide, o que aconteceu com ex novo Senna, Felipe Massa.

 
 
Lembrem-se! Todos vocês são a essência do meu esforço e trabalho que realizo com o Momento Motor.  

Afinal, o Momento Motor do Esporte na Rede é análise esportiva de qualidade!

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