quinta-feira, 13 de junho de 2013

A discussão sobre a história e a arquitetura dos estádios de futebol no Brasil


Leandro Martins

Agora que a poeira baixou, vou me pronunciar sobre o assunto. Existem duas posições diferentes e opostas sobre a questão da reforma dos estádios de futebol no Brasil, em virtude da realização da Copa do Mundo, no ano que vem.

A grande discussão até agora foi sobre a reforma do Maracanã, no Rio de Janeiro, que teve sua arquitetura original bastante modificada. Hoje, em seu lugar, vemos um estádio novo, moderno, para abrigar os jogos da maior competição de futebol do planeta.

Há a linha dos que defendem que a alteração do Maracanã é um assassinato de parte da história futebolística do país. Por outro lado, há quem diga que era preciso modernizar o estádio. Vamos lá. Primeiramente, quero partilhar da visão do comentarista da ESPN Brasil, Lúcio de Castro, que alertou para um crime que estaria sendo cometido.

Algumas partes do Maracanã eram tombadas pelo patrimônio histórico do Rio de Janeiro. Neste caso, qualquer alteração se constitui em crime e a lei é rasgada. Se isso aconteceu de fato, a obra começou de maneira errada.

Este problema à parte, vou colocar minha posição. O cara que mais sofre neste país com o futebol é justamente o torcedor. Ingressos caros, estádios sem nenhuma comodidade como oferecimento de estacionamentos (e quando existem nas proximidades, também têm preços abusivos), banheiros imundos, falta de lanchonetes ou locais decentes para um pai comprar algo para comer para seu filho.

Resumindo, a maioria dos estádios brasileiros são verdadeiras sucatas gigantes. Isso sem falar nos problemas do entorno, como policiamento fraco, ação livre de cambistas e flanelinhas que praticamente assaltam os torcedores ao pedirem 20 reais para o motorista estacionar o carro no meio da rua. Ou seja, falta de conforto total.

Era mais do que necessário que TODOS, absolutamente TODOS os estádios brasileiros fossem reformados. Os clubes que entenderam isso, modificaram seus estádios, mesmo sem pretensões de sediar jogos da Copa, como Palmeiras e Grêmio. O clube gaúcho já inaugurou sua bela arena em Porto Alegre e o alviverde paulista em breve terá pronta sua arena multiuso, uma das mais modernas do Brasil.

Logo, o Maracanã precisava ficar decente para uma Copa do Mundo. A história é para ficar nas fotos, nas lembranças. Na Inglaterra, por exemplo, também demoliram o velho Wembley para fazer um novo. É um processo natural. As coisas devem evoluir em todos os setores, inclusive no esporte e no futebol.

Os saudosistas que me desculpem, mas o conforto para quem paga ingresso deve ser fundamental. Estão falando muito do Maracanã por ser uma espécie de cartão postal dos cariocas. Mas, se a reforma acontecesse no Pacaembu, por exemplo, estádio que já frequentei várias vezes, eu também defenderia a mesma posição. Assim como defendo a demolição do estádio dos Aflitos, em Recife.

Modernizar é preciso. Sou totalmente a favor. Assim como também é preciso conscientizar o torcedor a preservar o espaço que frequenta. É dever de todos fazer as necessidades fisiológicas nos locais corretos, dar uma simples descarga, lavar as mãos, não pichar as paredes, não jogar lixo no chão, etc. Isso é o mínimo e o básico. E contribui para que o espetáculo futebolístico seja mais bonito.

Em tempo, as novas arenas brasileiras estão espetaculares. Claro, faltam alguns acabamentos dentro e fora delas, mas estão belíssimas. Tenho certeza de que, ter estádios desse porte aqui no Brasil, vai ajudar e muito a melhorar a imagem do Campeonato Brasileiro no exterior. Imagem esta que a CBF adora prejudicar, já que delega a principal competição do país ao último plano. Um forte abraço.

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