terça-feira, 30 de abril de 2013

Mudam-se as moscas, mas a Conmebol...



Antes de escrever sobre o assunto dessa semana, quero agradecer ao genial Leandro Martins e aos demais amigos que acompanham o programa pelo nível do debate proporcionado numa questão tão polêmica quanto os campeonatos estaduais / regionais. Quando enriquecida com dados e argumentos válidos, debater é extremamente proveitoso.

Bem, a coluna dessa semana trata da mudança de comando na Conmebol, órgão que comanda o futebol na América do Sul. O paraguaio Nicolás Leoz, que presidia a instituição desde 1986, finalmente resolveu “largar o osso” e passar o comando a outro dirigente, alegando problemas de saúde. Dias depois da renúncia, foi anunciado para o seu lugar o uruguaio Eugenio Figueredo.

Gostaria muito de escrever sobre as possibilidades que se abririam com a troca, sobre um cada vez mais necessário choque de gestão ou ainda sobre medidas que levariam a Conmebol a, ao menos, estar um pouco atrás da UEFA. No entanto, como o título da canção composta pelo fabuloso Renato Russo diz, será mais do mesmo. O uruguaio deve representar nada mais do que uma continuação do mandato de Leoz.

Figueredo comandou a AUF (Associação Uruguaia de Futebol) por quase 10 anos – de 1997 a 2006. Nesse período, foi acusado diversas vezes de corrupção, desvio de dinheiro, nepotismo e favorecimento a alguns clubes. As denúncias foram tantas que, em 2006 o governo uruguaio, que muito raramente se intromete nas questões esportivas, posicionou-se contra a reeleição de Figueredo. A pressão foi tanta que o uruguaio decidiu renunciar, mas pouco tempo depois tornou-se um dos membros da diretoria da Conmebol.

Desde então, mesmo que Leoz tenha permanecido na presidência, Figueredo sempre foi uma das pessoas que ajudavam o agora ex-presidente a tomar as decisões. E como podemos ver, muito pouco mudou na Conmebol: as competições seguem desorganizadas, assim como os distúrbios entre torcidas e entre jogadores. Difícil não se lembrar da final da Copa Sul-Americana do ano passado ou da Final da Copa Libertadores de 2011.

Infelizmente ainda não será dessa vez que o futebol do nosso continente será agraciado com uma organização digna de quem tem nove títulos mundiais. Portanto, amigo leitor, sem querer te desanimar, estamos fadados a aguentar as mesmas coisas nos campos da América do Sul durante muito tempo...

Alexandre Anibal

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