sexta-feira, 16 de maio de 2014

A influência dos treinadores na má fase técnica do futebol Brasileiro



O futebol brasileiro é questionado pela falta de qualidade técnica atualmente. Hoje, as equipes priorizam muito mais a marcação do que o jogo ofensivo. Jogadores com características de uma boa marcação e fortes fisicamente ganham mais espaço no mercado da bola.

Treinadores que adotam sistema tático com três homens de meio campo, o famoso 4-2-3-1, têm como “elemento surpresa” o volante vindo de trás, infiltrando na defesa adversária. Mas quando se recompõem defensivamente, são três homens fechando o espaço de sua defesa.

O famoso 4-3-3 , com três atacantes, sendo dois abertos e um centralizado, é um sistema que há muito tempo deixou de ser ofensivo. Hoje, é um estilo de jogo adotado para jogar nos contra-ataques com dois pontas jogando na beirada do campo, mas que ambos tem a obrigação de marcar quando não têm a bola, fechando os espaços no meio-campo.

Mas por que faço esse questionamento tático? Na minha análise, os treinadores têm influência nessa má fase técnica do futebol brasileiro. Hoje, quando um time abre o placar, geralmente se fecha defensivamente, priorizando o placar mínimo, não tendo a ousadia de ampliar o resultado.

Já se foram os tempos dos jogos com os placares “largos”. É difícil você ver uma partida com goleada. Isso se deve à falta de ambição dos técnicos. Hoje a tática do jogo é mais importante do que a qualidade técnica.

Na Copa de 1982, disputada na Espanha, nossa seleção Brasileira apresentou uns dos melhores modos de jogar da história. Com um toque de bola refinado, a persistência em agredir a seleção adversária era um dos pontos fortes daquele time comandado pelo técnico Telê Santana. Porém, a eliminação na segunda fase diante da Itália foi questionada, devido ao excesso de agressividade. Muitos dizem que, se o professor Telê fechasse a seleção quando o placar estava favorável, a classificação seria conquistada.

Mas, o ex-treinador não fugiu das nossas características, tornando aquela seleção marcada para sempre. Dez anos depois, Telê ganharia um mundial com o São Paulo, com o mesmo futebol ousado, surpreendendo o Barcelona. Ou seja, Telê Santana estava certo!

Estamos a um mês de uma Copa do Mundo aqui no Brasil. Nossa seleção ganhou a última Copa das Confederações diante da Espanha, dona do último titulo mundial. Com todos esses ingredientes, o Brasil ainda é questionado na qualidade técnica. Dos 8 homens de meio campo convocados, 5 são volantes de origem.

Exceto Neymar, não temos um jogador entre os 23 convocados com características para desequilibrar uma partida. Isso me preocupa, porque é uma Copa do Mundo disputada dentro do nosso país, sem as nossas características que encantaram o mundo por cinco vezes. É uma seleção Brasileira com escola uma Europeia disputando um mundial em território nacional.

Rafael Jacobucci – O Faro da Bola

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