Paulo Arnaldo
(De São Paulo)
Amigo do Esporte na Rede! Com uma semana de inatividade na
Fórmula 1, vou abordar um tema um pouco diferente, porém o inserindo no
contexto da Fórmula 1. Pois bem, ouço por muitas vezes e de muitos amigos,
pessoas que acreditam que resultados em determinadas situações foram manipuladas.
Que time A entrega para time B numa decisão de título. Que atleta A entrega uma
disputa para atleta B. Que os envolvidos corrompem-se facilmente.
Os ares de conspiração ganham forte conotação quando se
trata de alguns episódios famosos em grande destaque no esporte. O final da copa
de 98, alguns acreditam, que a seleção
brasileira entregou a copa à França em esquema da Nike. Após a conquista desta Copa
das Confederações, os céticos duvidosos da existência do espírito de competitividade
creram que a seleção da Espanha entregou o jogo ao Brasil. Que o título da Copa
das Confederações teria sido “arrumado” para dar um sossega leão na sociedade
brasileira que estava diariamente às ruas cobrando melhores condições de
transporte, saúde e educação no nosso país. Saindo do futebol, a última que ouvi
na semana passada foi de Anderson Silva que supostamente teria entregado a luta
ao Chris Weidman. Bobagens? Acho que sim!
Pontuando essas ocasiões, na Copa de 98 o problema de
convulsão com o Ronaldo horas antes da partida desestabilizou jogadores e comissão técnica. Todos focados na
decisão e de repente uma situação atípica que mexe psicologicamente com
qualquer pessoa próxima daquele evento. Sobre essa Copa das Confederações, o
Brasil foi superior a Espanha e pronto! A seleção espanhola, apesar de ainda
ser uma seleção maravilhosa e com grandes jogadores, dessa vez não teve o foco necessário
para chegar ao título. Na verdade, creio que houve certa ausência de disciplina
e também o desgaste que os jogadores sofreram na semifinal da competição,
calendário e logística depois. Sobre o Anderson Silva, ex-imbatível no UFC, muito
que provavelmente saturou da rotina extenuante
de um esportista que está no topo. Possivelmente, ele relaxou, diminuiu a preparação
e o ritmo. Isso é o suficiente para não deixá-lo mais na condição de supremacia.
Faz cinco anos e meio que convivo dentro dos eventos
esportivos. Entrevisto atletas, jogadores e técnicos. Difícil de acreditar que por dinheiro, alguém
que é competitivo se entrega na hora “H”.
Existem sim, outros motivos. Saturação é um dos motivos. Relaxamento também
é um bom motivo. Evolução da concorrência pode ser acrescentada. Gosto de
enfatizar a questão da saturação por que para o atleta que passa muito tempo no
topo em meio às muitas conquistas, passa esse mesmo tempo empregando esforço ao
limite para manter-se no topo. Não é fácil, mesmo para um atleta com imenso talento!
Porém! Quando me volto a Fórmula 1, vou mergulhar numa tremenda
contradição, agora! Especialmente depois, da notícia publicada pelo colunista
da Folha de São Paulo Fábio Seixas *, na semana passada, de contratos que Ayrton
Senna e Nelson Piquet tiveram com a Lotus, no final da década de 80, com privilégios
contratuais. Deixando claro, que apesar
de excepcionais pilotos da época, desfrutavam de uma estrutura melhor e eram
protegidos dos respectivos companheiros de equipe.
No lado inverso e venenoso sofreu Rubens Barrichello descredenciado
à vencer, diante de Schumacher e atualmente sofre Felipe Massa impotente por
cláusula contratual em relação ao Alonso. Claro que não tive acesso ao contrato da
Ferrari, mas imagina-se que tais termos e regimes de condutas devem existir. Não só na Ferrari ou na Lotus da década de 80.
Creio que quase todas as equipes da Fórmula 1 seguem essa diretriz. No
espaço que a distância do vencedor e do primeiro perdedor é medido por milésimos
de segundos, alcançar o sucesso da vitória talvez não seja tão simples tendo
que oferecer duas estruturas idênticas. Possivelmente, um dos pares de carros é
sacrificado.
Felizmente, há exceções e nem tudo está perdido! Parece que a McLaren mantém a filosofia de igualdade contratual aos seus competidores. No histórico, Senna e Prost tinham igualdade e atualmente Button e Pérez idem.
Felizmente, há exceções e nem tudo está perdido! Parece que a McLaren mantém a filosofia de igualdade contratual aos seus competidores. No histórico, Senna e Prost tinham igualdade e atualmente Button e Pérez idem.
Fico de certa maneira desapontado com essa situação. A
essência do esporte não combina com linhas escritas que definem o destino de
cada competidor. Porém o volume da grana envolvida no mundo dos negócios da Fórmula
1 exige-se outra filosofia. Faz sentido que o elemento contrato existe para garantir
o resultado esperado. Conforme o planejado. Muito que provavelmente,
Schumacher, Alonso, Senna, Piquet e outros vitoriosos da modalidade não precisariam dessa colaboração.
Porém essas equipes de Fórmula 1 não curtem a surpresa!
Situações ruins são expostas para que se promovam mudanças! Para que haja novas reflexões! Gostaria muito que essa situação não passasse despercebida. Para haver mudanças, conceitos da Fórmula 1 teriam que ser refeitos. Vejo certa complicação para mudar!
Enfim! Quando você se irritar com Felipe Massa, lembre-se bem
desse passado vitorioso!
Até a próxima!
Esporte na Rede é análise esportiva de qualidade!
* Fábio Seixas, colunista da Folha de São Paulo, por
indicação de um leitor, em seu blog no site do jornal "Folha de S.Paulo",
encontrou o documento no site Legacy Tobacco Documents Library, um arquivo
virtual de documentos relacionados à indústria de cigarros, mantido pela
Universidade da Califórnia. Na época, a Lotus foi patrocinada pela Camel, da
empresa JR Reynolds.
Links:
http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/07/10/o-contrato-de-senna-em-1987/:
http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/07/11/o-contrato-de-piquet-em-1988/
Links:
http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/07/10/o-contrato-de-senna-em-1987/:
http://fabioseixas.blogfolha.uol.com.br/2013/07/11/o-contrato-de-piquet-em-1988/
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