Paulo Arnaldo Lima
Amigo do Esporte na Rede. Conforme havia prometido na semana
passada, abordarei os assuntos caso teste da Mercedes, que no último dia 20
houve a definição da punição e ainda sobre o caso da transmissão da TV Globo no
GP do Canadá. Além desses dois temas, hoje gostaria de repercutir mais sobre a
corrida das 24 Horas de Le Mans, realizada neste domingo. Porém terei que relatar
sobre dois acidentes fatais que aconteceram neste final de semana no mundo do
esporte a motor. Uma na própria 24 horas de Le Mans e a outra na etapa de
Interlagos da categoria Light da Moto 1000.
Começando pelo caso da Mercedes. Evidente que a equipe fez o
teste contra o regulamento. Porém a FIA e a Pirelli falharam em não acompanhar
e deixar mais claro os procedimentos à serem seguidos para a realização do
teste. Comentei no último Esporte na Rede, que a posição da FIA em partir para
uma punição mais severa seria muito delicada. Se punisse a Pirelli, a Fórmula 1
correria o risco de ficar sem fornecedores de pneus. Se punisse a Mercedes,
correria sério risco da equipe se retirar da Fórmula 1, como equipe e
fornecedora de motores, já que a Fórmula 1 está mudando a especificação técnica
do motor para o próximo ano. Tremenda sinuca de bico!
Razoavelmente, a FIA resolveu puni-la apenas ao veto de participação
dos testes coletivos com os novatos realizados ao final da temporada. Punição branda.
Leve. O que penso a respeito? Pensando em ética e competição esportiva justa, evidentemente
que discordei. Infelizmente, o esporte ficou refém de acordos comerciais e do dinheiro
que vem do mundo dos negócios. Qualquer decisão de impacto sempre é avaliado,
como quase tudo na sociedade que envolve negócios contra a parede da ética. Por
muitas vezes, esses dois mundos não conseguem se combinar. Parece utopia querer que as coisas sejam
diferentes. Ao invés do bom volume de dinheiro servir sadiamente – e a Fórmula
1 conseguiu se tornar uma potência, nestes termos – mais sujeira, mais coisas
erradas, mais ganância... Enfim, infelizmente, o mundo é assim! Talvez por
causa do maldito dinheiro.
Voltando as voltas da F-1, a Red Bull prometeu protestar e até
mesmo realizar um teste secreto. Declaração irônica diante ao fato! O ambiente
da Fórmula 1 tem um histórico de clima instável nos bastidores. Não faz tanto
tempo que aconteceu o escândalo de Max Mosley (ex-presidente da FIA) e o
problema da equipe Renault que envolveu Briatore, Nelsinho Piquet e Alonso no famoso caso “Cingapura Gate”. A Fórmula 1 é muito legal dentro das pistas, mas de vez em quando, extrapola e oferece esses desgostos. Reflexos de aspectos morais
impossibilitam-me de acompanhar a F-1? Talvez não! Não consigo deixar de curtir
o barulho, a velocidade, o desafio da competição e testemunhar a habilidade
humana de controlar as máquinas tão poderosas! Mas manterei firme a minha postura de cobrar da
Fórmula 1 e de qualquer competição esportiva, valores morais e uma disputa
justa. Essa minha posição faço questão de deixar clara na minha coluna de hoje!
Virando a página! Vou agora, comentar sobre a interrupção da
transmissão do GP do Canadá na Globo, para a exibição ao vivo do amistoso da
seleção brasileira contra a França, às vésperas da Copa das Confederações. Não
discuto a decisão da TV Globo, até por que os índices de audiência são
indiscutíveis. A Fórmula 1 não chega a atingir a metade do Ibope de qualquer
jogo de futebol que é exibido aos domingos à tarde. Creio que a TV Globo tem o
sagrado direito de interromper a transmissão e priorizar outra atração que apresenta
melhores resultados. O que eu não concordo é a emissora não oferecer ao fã de
Fórmula 1, uma alternativa para acompanhar a corrida ao vivo. Sabidamente que
corridas no Canadá e Estados Unidos geram conflito com horário de
jogos do futebol no Brasil. No ano passado, o Sportv transmitiu ao vivo o GP
dos Estados Unidos realizado no Texas (circuito de Austin).
É uma solução
plausível! Só não compreendo o porquê da Globo não ter planejado com
antecedência um acordo com a FIA para exibição ao vivo na íntegra em um dos canais do Sportv? O Sportv transmitia neste horário,
também o amistoso do Brasil contra a França, no Sportv 2, jogo do Brasil pela Liga Mundial de Vôlei e
no Sportv 3 apenas o Repórter Sportv. A Globo precisa ter o cuidado de tratar essas exceções
com a FIA. Diante dessa situação e do GP dos
Estados Unidos no ano passado, fica a impressão de que a definição é feita em cima
da data do evento. Até por que, nos dois
casos, no GP dos EUA do ano passado e no GP do Canadá deste ano, houve uma certa demora
no anúncio oficial de definição do esquema de transmissão. No fim, apenas, exige-se
respeito ao expectador que acompanha a Fórmula 1. É o mínimo que a detentora dos
direitos de transmissão exclusivo da F-1 deveria oferecer a quem assiste a F-1.
Quem não possui TV por Assinatura, de direito pode reclamar
dessa solução de exibição pelo Sportv! É justa e de direito, essa reclamação? Minha
opinião, não! A Fórmula 1 não vem justificando um resultado satisfatório nos índices
de audiência a ponto de ganhar essa preferência em relação ao futebol. Vejo cada vez mais,
uma Fórmula 1 segmentada em termos de transmissão. Voltada para um público específico
que gosta de automobilismo. Aliás, essa situação vem acontecendo em outros
países. O grande interesse de público aqui no Brasil houve sob o efeito das
conquistas de Fittipaldi, Piquet e principalmente Senna. O Brasil deixou de
vencer. Agora, o público que acompanhava antes, não acompanha mais atualmente.
Uma constatação. Quando estive no Chile, no mês de abril deste ano, tive que
rebolar para acompanhar a Fórmula 1. A única disponibilidade no país é através
do canal Fox Sports Broadcast – que não está acessível aos planos mais modestos
de TV por assinatura. Ou seja, paga-se para poder acompanhar corridas de F-1 ao
vivo lá no Chile. Ainda bem que aqui no Brasil, a TV Globo não tem um concorrente na grade
que ameaça retirar a exibição ao vivo das corridas, nas manhãs de domingo ou
madrugada, quando essas corridas são realizadas na Europa eu Ásia respectivamente.
Por fim, dois assuntos chatos marcaram este final de semana.
Os acidentes fatais de Allan Simonsen nas 24 horas de Le Mans e Cristiano
Ferreira na categoria Light da Moto 1000. Gostaria de comentar mais sobre a grandeza
das 24 Horas de Le Mans que neste ano teve ampla cobertura dos canais Fox
Sports e Sportv, ao longo do sábado e no domingo pela manhã. Afinal, dessa vez, as duas emissoras
capricharam na cobertura, como nunca visto antes.
Porém, o falecimento do piloto dinamarquês Allan Simonsen, da
categoria GTE Am que competia pela sétima vez nas 24 horas de Le Mans pela
Austin, decorrente do grave acidente ainda na primeira hora da corrida, apagou
o brilho festivo de um dos eventos mais importantes do mundo automobilístico. O
dinamarquês Tom Kristensen, que dividiu o carro número 2 da Audi na categoria
P1 com Loic Duval e Allan McNish, venceu pela nona vez. Sem dúvida, uma marca
histórica! Porém a conquista de Kristensen ficou em segundo plano diante da
comoção no pódio devido a morte do compatriota Simonsen.
O domingo terminou triste, com a confirmação da morte do
piloto Cristiano Ferreira, que competia pela categoria Light da Moto 1000 em
Interlagos. O piloto de 29 anos perdeu o controle da moto na saída do “S” do
Senna e durante a queda foi atingido por outro competidor. Particularmente, acho
Interlagos muito perigoso para competições de Motos. Não sou muito favorável a realização
de corridas de motos lá. Porém, esse tipo de acidente foi uma fatalidade.
Principalmente por que o Cristiano caiu dentro da pista e é difícil para quem
vem atrás, conseguir desviar a tempo. Essa situação de acidente no motociclismo
é sempre a mais perigosa e não tem maneira de evitá-la, principalmente quando o
piloto cai na pista.
Infelizmente, acidentes no esporte a motor acontecem e
sempre é fica o desafio para os organizadores conseguirem melhorar a segurança
dos pilotos. Mesmo nas 24 horas de Le Mans, com todas as mudanças para tornar a
competição mais segura, um carro bate violentamente no guard-rail e leva a vida
de um piloto, como foi no caso do Simonsen.
Resta-nos orar e transmitir condolências às famílias! Torcer
para que mais melhorias e revisões na segurança sejam promovidas. E lembrar que
esse tipo de esporte é de risco!
Semana que vem, terá mais uma coluna Momento Motor!
Você já sabe! Esporte a motor no Esporte na Rede é sempre, com
análise esportiva de qualidade!
Realmente PA, como tive um amigo do jornalismo esportivo que faleceu após acidente de moto, nas ruas da cidade de São Paulo, imagina a velocidade e o perigo de uma pista de corrida, basta prezarmos a segurança dos pilotos e os sentimentos a família!
ResponderExcluirMas também sou contra Interlagos promover corridas de moto, no geral são muito violentas.
Arthur Dafs