As emocionantes 500 milhas de 2012
Este domingão de 27 de maio ficou
marcado por grandes emoções para quem acompanha o automobilismo. Duas das mais corridas
mais do calendário do automobilismo foram realizadas. Ou seja, um pouco mais de
cinco horas na frente da TV para acompanhar o GP de Mônaco de Fórmula 1 e as
500 milhas de Indianápolis, etapa da Fórmula Indy.
Desde 1989 acompanho regularmente a tradicional corrida de 500 milhas. Dei tremenda sorte, pois logo de cara, assisti a primeira vitória brasileira neste tradicional oval, vencida pelo grande Emerson Fittipaldi.
O circuito oval é desafiador. A média
de velocidade é na casa dos 360 km/h O piloto tem que manter a concentração por
quase três horas. Qualquer erro pode induzir o piloto a uma batida forte. Em
especial nesta edição, o forte calor na casa dos 33 ou 34 graus foi um
obstáculo extra aos 33 pilotos participantes. Como sempre, as 500 milhas sempre
reserva alguma surpresa e emoção durante a corrida.
Nessa edição, a Indy 500 contou
com o Jean Alesi, mas à bordo de um carro muito fraco de desempenho,
motor
Lotus, não passou de algumas voltas de apresentação. No início da longa prova,
a briga pela liderança estava concentrada entre Ryan Briscoe (pole), Marco
Andretti e James Hinchcliffe.
O acidente mais forte dessa
corrida ocorreu na volta 90, entre o líder do campeonato Will Power e Mike
Conway (que decolou levemente e raspou na grade de proteção). Felizmente, os
dois pilotos saíram ilesos do acidente. No lance Helio Castroneves teve a frieza
e a categoria para desviar de uma roda que soltou em um dos carros acidentados e foi na direção dele. Prova que
piloto de Indy 500 tem que reagir rapidamente em certas situações.
Na segunda metade da corrida
cresceram na prova, os dois pilotos da Ganassi, Scot Dixon e Dario Franchitti,
e ainda Takuma Sato, ex-piloto de Fórmula 1 que neste ano está guiando para a
equipe Rahal Letterman Lanigan. Os três chegaram na última parada de boxes alternando
na liderança,.
Aliás, após a última parada, a
corrida ferveu em emoção. Tony Kanaan fez uma relargada espetacular na volta
184, saindo do quarto lugar para a liderança. Manobra que levantou a galera nas
arquibancadas de Indianápolis. Uma observação, o novo carro em relargadas nos
ovais favorece as ultrapassagens e quem está à frente não consegue defender a
posição. Scot Dixon, Dario
Franchitti, Takuma Sato e Tony Kanaan entraram de vez na disputa pela vitória no sprint final.
No final a
Indy 500 ainda reservava mais uma emoção. Emoção essa que acabou definindo o
vitorioso de 2012. Takuma Sato partiu pra cima da dupla da Ganassi e na última
volta ao tentar ultrapassar o líder Franchitti emparelhou por dentro, derrapou
e bateu no muro da curva 1. Poderia ser a primeira vitória de um japonês, mas essa
vitória acabou ficando nas mãos, pela terceira vez, de Dario Franchitti. Scot Dixon
ficou em segundo e Tony Kanaan finalizou em terceiro lugar.
Esse lance lembrou um pouco a
corrida de 89, onde na última volta Emerson Fittipaldi e Al Unser Jr. estavam disputando
a vitória. Naquele caso, Emerson forçou a ultrapassagem em Al Unser na entrada
da curva três. Sem espaço, houve o choque. Nessa ocasião levou a pior o piloto
norte americano, que acabou batendo na curva. Emerson seguiu para conquistar a
primeira vitória brasileira na Indy 500.
Rubens Barrichello, que sentiu o
gosto de liderar uma volta na Indy 500, finalizou a prova em 11º lugar, logo
atrás do compatriota Helio Castroneves que ficou em 10º. Boa estreia de Rubens no dificílimo circuito
oval. E Kanaan, sem palavras pela manobra da volta 184. Um prêmio ao brasileiro
que terminou em 3º lugar.
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