quarta-feira, 22 de maio de 2013

A escolha de Neymar


Após o final de mais uma competição do futebol brasileiro, uma das perguntas mais feitas nos últimos tempos voltarou a ser repetida em todas as mídias do futebol brasileiro: Neymar deve sair do Santos e ir para a Europa?

Evidentemente, os torcedores do Santos não querem ver isso acontecer. Eles sabem que, além do espetáculo proporcionado pela “Joia” a cada partida, o time da Vila Belmiro ficará bastante enfraquecido com a ausência do jogador. E a julgar pelas últimas contratações feitas pela diretoria santista, a reposição não será – e nem tem como ser – à altura.

Conseguir reter um jogador do quilate de Neymar até agora é algo a ser aplaudido e mencionado sempre que possível. Em tempos nada remotos, ele seria vendido já com seus 18 anos e com poucas ou mesmo nenhuma partida disputada nos profissionais do Santos. As negociações com os patrocinadores evidenciaram o poder de persuasão que o presidente Luis Álvaro de Oliveira exerceu para convencer o jogador a ficar por aqui.

Bem, como vimos, todos ganharam com isso: o Santos, a torcida e o próprio Neymar. Porém desde o segundo semestre do ano passado tanto ele quanto o time alternam bons e maus momentos, sendo o último visto nesse domingo. Até a Seleção Brasileira também vem sentindo o mau momento do atacante. Passado isso, digo-lhes com uma certa dor no coração: Neymar precisa sim sair.

Ora, sabemos que no Brasil ainda existe o senso comum de que nosso futebol sempre deva ter arte, espetáculo e magia. Concordo plenamente de que nosso estilo de jogo seja esse e que temos que perseguir isso constantemente. Porém nos dias de hoje a competitividade do jogo aumentou muito. Até mesmo notórios sacos de pancada como Venezuela, Japão e Estados Unidos conseguiram evoluir e dão muito mais trabalho do que antigamente.

Somos bombardeados a cada final de semana com uma saraivada de jogos pelos diversos campeonatos existentes no mundo: inglês, alemão, espanhol, italiano, francês, turco e até russo. Em todos eles notamos muitas diferenças em relação ao nosso futebol, mas vou destacar apenas dois: preparação física e organização técnica e tática.

Não que esses fatores não sejam abordados por aqui: são sim, mas a maioria dos treinadores não enfatiza isso. E é inegável que o futebol europeu é mais rigoroso: maior carga de treinamentos e adversários mais qualificados (me desculpem, jogar contra Everton, Hamburgo ou Sevilla é mais difícil que jogar contra XV de Piracicaba, Joinville e Peñarol) fazem com que os jogadores se aperfeiçoem em fundamentos quase esquecidos por aqui.

Em gramados europeus, Neymar terá a chance de estar entre os melhores e crescer física e taticamente. E então poderá aliar sua técnica singular com a competitividade que o futebol exige para ajudar o futebol brasileiro a retomar seu respeito e orgulho.

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