segunda-feira, 15 de abril de 2013

Coluna Momento Motor: A vitória do “professor”




Coluna Momento Motor: A vitória do “professor”

Foi um final de semana perfeito para Fernando Alonso. Uma vitória que pode ser considerada como uma das grandes do piloto espanhol. Excelente carro nas mãos, belas manobras de ultrapassagem e estratégia perfeita. Foi dessa forma que Alonso saiu vencedor da China com sobras ao final da corrida.  Para a Ferrari só não foi perfeito, por que Felipe Massa acabou ficando apenas na sexta colocação. O título dessa coluna, “a vitória do professor”, foi com o propósito de comparar com o eterno “professor” Alan Prost. Nos tempos áureos, Prost conquistava vitórias de maneira contundente e dominadora. Nesta corrida, Fernando Alonso venceu com a maestria de Prost! A principal lição do professor foi como  ultrapassar os adversários!

Hamilton roubou a cena no sábado, ao se classificar na pole pela primeira vez com a Mercedes. Prova de que cada vez mais, Hamilton vem se sentindo mais à vontade na escuderia germânica. A Mercedes mostra que tem condições de vencer corrida(s) nesta temporada pelo desempenho apresentando nesta fase inicial. Porém precisa realizar ajustes para chegar lá. Hamilton dividiu a primeira fila com o homem de gelo Kimi Raikkonen. Ainda sobre o treino classificatório, Fernando Alonso se classificou bem em terceiro lugar, Massa apesar do domínio nos treinos de sexta-feira, ficou na quinta posição atrás de Nico Rosberg, vencedor do GP chinês do ano passado. Vettel largou apenas em 9ª lugar, mas optou usar pneus de composto médio no Q3 e largada e Mark Webber teve pane seca no Q2, foi punido para largar apenas em último lugar. Aliás, que fase do Webber depois do episódio do GP da Malásia. A RBR errar a conta do combustível do Webber foi feio demais!

Na largada, Hamilton manteve a primeira posição. Raikkonen largou mal e perdeu duas posições. Com isso, Alonso pulou para o segundo lugar e Felipe Massa para terceiro. Alonso estava em grande dia e logo na primeira volta iniciou o ataque ao Lewis Hamilton. Depois que o uso da asa móvel foi liberado, na abertura da volta 5, Alonso e Massa, no melhor lance da corrida, ultrapassaram Lewis Hamilton. Com a vida útil dos pneus de composto macio abreviada, a dupla da Mercedes entrou na volta 6, Alonso e Raikkonen entraram na volta 7 e Massa na volta 8. No caso da Ferrari, essa diferença de uma volta foi decisiva e favorável ao espanhol e desfavorável ao brasileiro. Por quê? Explico! Alonso se posicionou mais à frente com um pouco menos de tráfego à frente em relação ao brasileiro.  Ambos mantiveram bom desempenho após a parada de boxes. Alonso no tráfego foi impecável. Ciente de que ficar atrás de outros carros por muito tempo significava perda de pressão e com isso aumentaria o desgaste de pneus, Alonso tratou de ultrapassar os concorrentes sempre rapidamente. Felipe Massa também conseguiu executar algumas ultrapassagens, mas com menos eficácia que o espanhol. Na volta 16, Raikkonen passou por apuros ao escapar levemente da pista, quebrar um pedaço da asa dianteira após tomar uma fechada de Perez. O homem de gelo reclamou  demais da manobra do mexicano. Uma volta depois, Mark Webber não evitou acidente com Vergne na tentativa de ultrapassá-lo. Depois o australiano abandonou com a suspensão quebrada.  Webber foi otimista na tentativa de ultrapassagem ao colocar o carro por dentro na curva! A Ferrari antecipou a segunda parada do brasileiro na volta 20 por que o brasileiro perdeu muito ritmo. Enquanto isso, Alonso alcançava a primeira posição ao ultrapassar Jenson Button (com uma estratégia ousada de uma parada a menos) e Rosberg abandonava a prova. A prova seguia com muitas alternâncias, mas era Alonso que mostrava que o dia seria do “professor”.

Dez voltas mais tarde, Alonso abria uma diferença de 11 segundos para o segundo colocado. Hamilton, Raikkonen, Button e Vettel duelavam pelas posições abaixo da segunda posição. A cada volta, estratégia e desgaste de pneus foram fatores determinantes para o resultado final da prova. E ese grupo ainda reservava emoções. Hamilton e Raikkonen pararam pela terceira vez e o finlandês ganhou a posição do inglês após a parada nos boxes. Vettel e Button decidiram parar nos boxes mais ao final da corrida para cumprir a utilização dos pneus de composto macio. Button não resistiu, perdeu ritmo ainda em pista e logo foi ficando para trás na volta 44. Vettel ainda resistia em segundo lugar, enquanto Hamilton atacava Raikkonen na batalha pela terceira posição. Vettel parou apenas para última troca de pneus na volta 52 e retornar em 4º lugar. A briga entre Raikkonen e Hamilton permaneceu até a volta 55, quando a diferença estava abaixo de 1 segundo. Mas na volta 56, Hamilton perdeu muito ritmo e Raikkonen se garantia em segundo lugar. Na metade da volta final Vettel se aproximou muito de Hamilton e se não tivesse errado em uma entrada de curva poderia ter chegado ao pódio. A emoção final foi até a linha de chegada, mas Hamilton garantiu o terceiro lugar com Vettel em seu encalço no quarto lugar, com diferença de apenas 2 décimos de segundo.

Alonso conquistou a 31ª vitória na F-1 e voltou a vencer após um pequeno jejum de 12 corridas sem vencer. Embora o espanhol tenha brigado pelo título na última temporada, a última vitória tinha sido apenas no GP da Alemanha, bem na metade da temporada do ano passado.  O resultado final garantiu o Sebastian Vettel ainda na liderança da classificação do campeonato.



Raio-X pós GP:

A Ferrari prova que tem um carro excelente para essa temporada. Alonso com essa vitória poderá ser impulsionado a mais vitórias e poderá ser o grande ano do espanhol. O pecado da equipe foi com Felipe Massa que também ficou devendo na corrida. Impressionante como as estratégias funcionam bem para o espanhol e funcionam mal para o brasileiro! Entretanto o brasileiro também tem um dever de casa. Melhorar sua “tocada” em condições de tráfego. Sempre há impressão de que Massa perde ritmo neste cenário.  Chegou a hora de aprender a lição com o professor Alonso!

A Mercedes poderá vencer corridas. Mas tem que resolver o problema de excesso de desgaste de pneus. O final do “stint” ainda é um ponto crítico e é perceptível que o pneu na Mercedes desgasta antes da concorrência. Por muito pouco, o Hamilton não perdeu o lugar no pódio.

Jenson Button fez crescer as esperanças da McLaren na temporada. A estratégia diferenciada e a tocada de pilotagem suave fez o inglês surpreender na primeira metade da corrida. O problema foi após a segunda parada de boxes, quando Button perdeu ritmo em relação à concorrência. Contentou-se com um quinto lugar.

O próximo GP será no Bahrein, já na próxima semana. As máquinas acelerarão no deserto e será mais uma corrida imperdível. Semana que vem tem mais!
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