segunda-feira, 1 de abril de 2013

Coluna Momento Motor: A balança entre o esporte e o negócio na Fórmula 1!





Coluna Momento Motor: A balança entre o esporte e o negócio na Fórmula 1!

Prezado internauta do Esporte na Rede. Com três semanas de inatividade e ainda sob o efeito dos acontecimentos do GP da Malásia, aproveito essa oportunidade para refletir sobre uma velha questão costumeiramente colocada, de que a Fórmula 1 é de fato esporte. Você que adora Fórmula 1, deve ter escutado de muitas pessoas de que Fórmula 1 não é esporte, por que o melhor carro ou a melhor equipe acaba prevalecendo nas vitórias. Nunca concordei com essa afirmação, por que o piloto é um componente muito importante para a conquista de vitória. O carro ajuda, mas não é tudo. Alguém precisa guiá-lo.



Porém, fatos como na Malásia, onde a Mercedes, através do mago estrategista Ross Brawn que ordenou à Rosberg para não ultrapassar Hamilton ou a RBR que desejou gerenciar as ações dentro da pista, com a finalidade de evitar o confronto entre Vettel e Webber em detrimento ao resultado final satisfatório para a equipe, mas que gerou o conflito do último GP, por fim, jogaram areia e derrubaram mais uma vez a minha tese, de que F-1 é esporte. Sem considerar as decisões lamentáveis da Ferrari no passado, mais distante envolvendo Schumacher e Barrichello e mais recente envolvendo Alonso e Massa. Alguns colegas especialistas lembraram que na F-1 atual há muito dinheiro em jogo, por isso é legítimo o direito da equipe, proceder dessa maneira durante a competição. Como acionistas de mercado financeiro, a qualquer custo promovem “manobras” fora da pista que a cada dia são mais incisivas no tabuleiro de negócios que se transformou a Fórmula 1. Dessa maneira, como suportar as opiniões de que nem não acompanha a Fórmula 1? Opa! Alguém torce por uma equipe de F-1? Há uma exceção com relação a Ferrari, especialmente com os torcedores italianos que torcem pela marca e geram considerável conflito com o resto do mundo!  Ou seja, do lado do fã, esse tabuleiro vira uma bagunça!

Porém, creio que a Fórmula 1 de hoje está perdendo muito, demais com essas manobras fora das pistas. A pessoa que gosta, liga a TV para assistir deseja as disputas, “os pegas”, ainda valoriza a figura “piloto”. Ainda mais pela questão da bandeira que o piloto representa! Um lance de manobra de ultrapassagem sobrepõe o resultado final, proveniente da pura eficiência do carro/equipe. Só para citar um exemplo, o fã prefere assistir as ultrapassagens ousadas de Hamilton, ao invés de ver uma vitória de Vettel, de ponta à ponta!

Voltando ao assunto da Malásia, Vettel teve duas faces neste episódio. Na face do mal, a falta de ética em desobedecer a equipe, de certa maneira “sacanear” e levar vantagem para superar o companheiro de equipe dele para conseguir a vitória a qualquer custo absolutamente com vantagem técnica naquele momento. Por outro lado, na face do bem, ele favoreceu o espírito esportivo, de luta para disputar até a última volta, de forçar a ultrapassagem para vencer, como o fez na disputa dura que teve com o Mark Webber, protagonizando o grande lance deste GP da Malásia. Ele passou por cima da diretriz de quem comanda da garagem ou de quem tenta controlar tudo do outro lado do muro, fora da pista. Enfim, Vettel conseguiu fazer a gente pensar novamente neste assunto.

Como tudo na vida, nem tudo mar, nem tudo terra. Proponho uma Fórmula 1 lucrativa nos negócios e estrategistas queimando os neurônios para conquistas as vitórias, e o espetáculo esportivo com muitas disputa. Mas cada coisa em seu território sem um invadir o espaço do outro. Urgentemente a figura piloto tem que ser resgatada! As equipes compõem o grid com um par de carros, pilotos e uma composição de membros de equipe. Por que não, padronizar um espaço para patrocinadores distintos por piloto para motivar a disputa, independente de o concorrente ser ou não ser da equipe? No automobilismo americano, Nascar e F-Indy, cada carro, piloto ou composição opera com independência. Por exemplo, Roger Penske não interfere nas disputas entre o Helio Castroneves e Will Power dentro da pista, durante uma corrida. Acho até exagerado lá nos EUA, os carros chegam a ter pinturas diferentes descaracterizando severamente uma equipe. Sem contar que existem equipes com 1, 2, 3 ou 4 carros. Mas por lá, a história é um pouco diferente. A F-1, dentro da própria filosofia, poderia comportar uma padronização de espaço publicitário para a equipe, comum entre os dois carros/pilotos e uma divisão de patrocínio individual por piloto, mantendo o padrão de identidade da equipe. A pintura do carro deveria ter mapa pré-definido, patrocinadores do carro e do piloto. Provavelmente seria uma competição mais saudável, limpa e não teria mais a preferência discriminada por um dos pilotos do time ou gerenciamento de um resultado durante uma corrida!

É um modelo a ser estudado! A Fórmula 1 precisa resgatar a essência do esporte com urgência para não continuar perdendo interesse de público e audiência. Lembrar que o ser humano e sobretudo o elemento piloto é sensivelmente mais importante que a máquina, o carro. O zelo pela eficiência e resultado pela vitória tem deixado a F-1 extremamente chata e cheia de conflitos! Confusa para quem se dispõe a assistir uma competição esportiva. Que eu saiba, Fórmula 1 é uma modalidade de esporte a motor! Essa situação precisa ter um basta.  A manobra ou a fabricação de resultado em qualquer modalidade é deprimente.  E nunca se deve esquecer de que a transparência e ética no esporte são elementos fundamentais para cativar o público e manter bons índices de audiência.


Raikkonen na mira da Red Bull




Alguns sites especializados noticiaram hoje. Dietrich Mateschitz, presidente da RBR, cogitou o “genial Kimi Raikkonen” como possível candidato à vaga de titular na Red Bull ao lado de Sebastian Vettel em 2014.  Essa notícia abre parênteses no tema dessa coluna. Kimi Raikkonen é a figura piloto ou piloto figura, como você preferir, que todos admiram. Por quê? Pela espontaneidade ao se limitar apenas em guiar um carro de corrida, sem se preocupar com protocolo ou outros compromissos tão formais! Um homem de poucas palavras, com respostas curtas e engraçadas nas entrevistas, habilidoso nas pistas e campeão do Mundo, na simplicidade! Provavelmente, Kimi é o perfil mais de acordo com a RBR. Se concretizar essa contratação, será interessante presenciar este casamento entre o homem de gelo com a Red Bull que dá asas. Talvez, a Red Bull, depois da situação na Malásia, percebeu que o espírito esportivo, precisa ser resgatado.



Mark Webber não faz parte deste contexto. Chegou a hora de alinhar o espírito de aventura, sempre uma vertente da marca Red Bull, com o maior aventureiro da F-1 nos últimos tempos! Tem tudo para ser um casamento bem sucedido! Concluo com isso, que a RBR tomou a primeira ação de resgate do espírito esportivo, antes da própria Fórmula 1.


Saideira...

Estou saindo de férias. Oficialmente, estou fechando a Redação! Necessário! Alguns dias, eu estarei fora do país, viajando, para conhecer novos lugares, nova cultura e para curtir bons momentos! Férias merecida! Portanto, o meu retorno será apenas após o GP da China! 

Encontraremos-nos daqui a duas semanas! Um abraço! Até breve!

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