Coluna
Momento Motor: A balança entre o esporte e o negócio na Fórmula 1!
Prezado internauta do Esporte na
Rede. Com três semanas de inatividade e ainda sob o efeito dos acontecimentos
do GP da Malásia, aproveito essa oportunidade para refletir sobre uma velha
questão costumeiramente colocada, de que a Fórmula 1 é de fato esporte. Você que
adora Fórmula 1, deve ter escutado de muitas pessoas de que Fórmula 1 não é
esporte, por que o melhor carro ou a melhor equipe acaba prevalecendo nas vitórias.
Nunca concordei com essa afirmação, por que o piloto é um componente muito
importante para a conquista de vitória. O carro ajuda, mas não é tudo. Alguém
precisa guiá-lo.
Porém, fatos como na Malásia, onde
a Mercedes, através do mago estrategista Ross Brawn que ordenou à Rosberg para não
ultrapassar Hamilton ou a RBR que desejou gerenciar as ações dentro da pista, com
a finalidade de evitar o confronto entre Vettel e Webber em detrimento ao
resultado final satisfatório para a equipe, mas que gerou o conflito do último
GP, por fim, jogaram areia e derrubaram mais uma vez a minha tese, de que F-1 é
esporte. Sem considerar as decisões lamentáveis da Ferrari no passado, mais
distante envolvendo Schumacher e Barrichello e mais recente envolvendo Alonso e
Massa. Alguns colegas especialistas lembraram que na F-1 atual há muito
dinheiro em jogo, por isso é legítimo o direito da equipe, proceder dessa
maneira durante a competição. Como acionistas de mercado financeiro, a qualquer
custo promovem “manobras” fora da pista que a cada dia são mais incisivas no tabuleiro
de negócios que se transformou a Fórmula 1. Dessa maneira, como suportar as
opiniões de que nem não acompanha a Fórmula 1? Opa! Alguém torce por uma equipe
de F-1? Há uma exceção com relação a Ferrari, especialmente com os torcedores italianos
que torcem pela marca e geram considerável conflito com o resto do mundo! Ou seja, do lado do fã, esse tabuleiro vira uma
bagunça!
Porém, creio que a Fórmula 1 de
hoje está perdendo muito, demais com essas manobras fora das pistas. A pessoa
que gosta, liga a TV para assistir deseja as disputas, “os pegas”, ainda valoriza
a figura “piloto”. Ainda mais pela questão da bandeira que o piloto representa!
Um lance de manobra de ultrapassagem sobrepõe o resultado final, proveniente da
pura eficiência do carro/equipe. Só para citar um exemplo, o fã prefere
assistir as ultrapassagens ousadas de Hamilton, ao invés de ver uma vitória de
Vettel, de ponta à ponta!
Voltando ao assunto da Malásia, Vettel
teve duas faces neste episódio. Na face do mal, a falta de ética em desobedecer
a equipe, de certa maneira “sacanear” e levar vantagem para superar o companheiro
de equipe dele para conseguir a vitória a qualquer custo absolutamente com vantagem
técnica naquele momento. Por outro lado, na face do bem, ele favoreceu o espírito
esportivo, de luta para disputar até a última volta, de forçar a ultrapassagem
para vencer, como o fez na disputa dura que teve com o Mark Webber, protagonizando
o grande lance deste GP da Malásia. Ele passou por cima da diretriz de quem
comanda da garagem ou de quem tenta controlar tudo do outro lado do muro, fora da
pista. Enfim, Vettel conseguiu fazer a gente pensar novamente neste assunto.
Como tudo na vida, nem tudo mar, nem
tudo terra. Proponho uma Fórmula 1 lucrativa nos negócios e estrategistas
queimando os neurônios para conquistas as vitórias, e o espetáculo esportivo
com muitas disputa. Mas cada coisa em seu território sem um invadir o espaço do
outro. Urgentemente a figura piloto tem que ser resgatada! As equipes compõem o
grid com um par de carros, pilotos e uma composição de membros de equipe. Por
que não, padronizar um espaço para patrocinadores distintos por piloto para
motivar a disputa, independente de o concorrente ser ou não ser da equipe? No
automobilismo americano, Nascar e F-Indy, cada carro, piloto ou composição opera
com independência. Por exemplo, Roger Penske não interfere nas disputas entre o
Helio Castroneves e Will Power dentro da pista, durante uma corrida. Acho até
exagerado lá nos EUA, os carros chegam a ter pinturas diferentes
descaracterizando severamente uma equipe. Sem contar que existem equipes com 1,
2, 3 ou 4 carros. Mas por lá, a história é um pouco diferente. A F-1, dentro da
própria filosofia, poderia comportar uma padronização de espaço publicitário para
a equipe, comum entre os dois carros/pilotos e uma divisão de patrocínio
individual por piloto, mantendo o padrão de identidade da equipe. A pintura do
carro deveria ter mapa pré-definido, patrocinadores do carro e do piloto. Provavelmente
seria uma competição mais saudável, limpa e não teria mais a preferência
discriminada por um dos pilotos do time ou gerenciamento de um resultado durante
uma corrida!
É um modelo a ser estudado! A
Fórmula 1 precisa resgatar a essência do esporte com urgência para não
continuar perdendo interesse de público e audiência. Lembrar que o ser humano e
sobretudo o elemento piloto é sensivelmente mais importante que a máquina, o
carro. O zelo pela eficiência e resultado pela vitória tem deixado a F-1 extremamente
chata e cheia de conflitos! Confusa para quem se dispõe a assistir uma
competição esportiva. Que eu saiba, Fórmula 1 é uma modalidade de esporte a
motor! Essa situação precisa ter um basta. A manobra ou a fabricação de resultado em
qualquer modalidade é deprimente. E
nunca se deve esquecer de que a transparência e ética no esporte são elementos
fundamentais para cativar o público e manter bons índices de audiência.
Raikkonen na mira da Red Bull
Alguns sites especializados
noticiaram hoje. Dietrich Mateschitz, presidente da RBR, cogitou o “genial Kimi
Raikkonen” como possível candidato à vaga de titular na Red Bull ao lado de
Sebastian Vettel em 2014. Essa notícia abre
parênteses no tema dessa coluna. Kimi Raikkonen é a figura piloto ou piloto
figura, como você preferir, que todos admiram. Por quê? Pela espontaneidade ao
se limitar apenas em guiar um carro de corrida, sem se preocupar com protocolo
ou outros compromissos tão formais! Um homem de poucas palavras, com respostas curtas
e engraçadas nas entrevistas, habilidoso nas pistas e campeão do Mundo, na simplicidade!
Provavelmente, Kimi é o perfil mais de acordo com a RBR. Se concretizar essa
contratação, será interessante presenciar este casamento entre o homem de gelo com
a Red Bull que dá asas. Talvez, a Red Bull, depois da situação na Malásia,
percebeu que o espírito esportivo, precisa ser resgatado.
Mark Webber não faz
parte deste contexto. Chegou a hora de alinhar o espírito de aventura, sempre uma
vertente da marca Red Bull, com o maior aventureiro da F-1 nos últimos tempos! Tem
tudo para ser um casamento bem sucedido! Concluo com isso, que a RBR tomou a primeira ação de resgate do espírito esportivo, antes da própria Fórmula
1.
Saideira...
Estou saindo de férias. Oficialmente,
estou fechando a Redação! Necessário! Alguns dias, eu estarei fora do país,
viajando, para conhecer novos lugares, nova cultura e para curtir bons momentos!
Férias merecida! Portanto, o meu retorno será apenas após o GP da China!
Encontraremos-nos daqui a duas semanas! Um abraço! Até breve!
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