domingo, 9 de setembro de 2012

Coluna Velocidade Especial: “Bravo” Alessandro Zanardi





Coluna Velocidade Especial: “Bravo” Alessandro Zanardi

Amigo do Esporte na Rede, este é um final de semana muito especial no mundo do esporte. Só a palavra "superação" poderia sintetizar o momento desse grande esportista. Só as palavras "espírito de competitividade ao máximo" poderiam sintetizar Alessandro Zanardi. Zanardi é um desses caras do mundo, que uma coluna e algumas linhas não são suficientes para  reverenciá-lo. Por isso fugi da rotina de coluna de Fórmula 1 e dediquei essa coluna especial a ele.

Confesso, que depois de Ayrton Senna, o meu maior ídolo no automobilismo foi Alessandro Zanardi. Após o trágico acidente do brasileiro senti certo desgosto pela F-1. Afastei-me por um tempo e passei a acompanhar de maneira mais ampla o universo do esporte a motor. À partir de 1995, passei a acompanhar a Fórmula Mundial (que depois da cisão com a F-Indy ganhou essa denominação). E lá competia um simpático e pouco badalado piloto italiano Alessandro Zanardi que havia passado pelas equipes Jordan, Lotus e Minardi da Fórmula 1, sem conquistar resultados expressivos. Em 1996 Zanardi foi para os Estados Unidos para competir em uma das melhores equipes, a Chip Ganassi. Neste mesmo ano, formando dupla com o americano Jimmy Vasser, o companheiro de italiano foi campeão da categoria com ambos alternando nas vitórias durante a temporada. Os dois anos seguintes foram de consagração para Zanardi com a conquista dos títulos da F-Mundial em 1997 e 1998. Na minha memória, grandes vitórias e principalmente uma vitória no circuito de Laguna Seca. Zanardi simplesmente teve a ousadia de ultrapassar Bryan Herta na conhecida curva “saca rolha” de maneira nada  convencional. Só convido o amigo do ER procurar esse vídeo na Internet e assistir, por que é impossível explicar essa manobra, verdadeira obra de arte. Para mim, Zanardi resgatou aquele espírito de esportista herói e  protagonista  de lances memoráveis , que tinha sido interrompido com a morte de Senna.


Zanardi despertou atenção e retornou a Fórmula 1 pela equipe Williams para a disputa do campeonato de 1999. Mas Zanardi, mais uma vez, foi uma estrela apagada na Fórmula 1. Definitivamente lá não era o seu lugar. Colecionando  resultados ruins, o italiano estava irreconhecível e logo foi dispensado. Alguns anos depois voltou para a categoria norte americana, na Fórmula Mundial. Em 2001, Zanardi viveria o seu maior drama. Companheiro do brasileiro Tony Kanaan, na equipe Mo Nunn,  alguns dias depois do grande pesadelo do mundo, os ataques ao WTC, no dia 15 de setembro, Zanardi estava competindo pela vitória na etapa da Alemanha no oval de Lausitz. Zanardi, bem na corrida e com boas chances de vencer a corrida, saiu dos boxes após troca de pneus e reabastecimento. De repente na saída do pitlane, seu carro roda na pista de rolamento e vai em direção a pista do oval, quando ele é atingido por Alex Tagliani. Uma colisão em “T” a 320 km/h. A imagem do acidente é horrorosa, daqueles que faz o seu coração bater forte e esperar pela pior notícia. Zanardi foi resgatado pela equipe médica, foi ressuscitado no helicóptero e passou por um longo período em coma.  Devido ao acidente suas duas pernas foram amputadas. Foram anos de recuperação desse trauma. Apesar da gravidade do acidente, Zanardi regressou ao automobilismo em 2005 para disputar o WTCC com carro adaptado. Também participou de alguns eventos de kart, inclusive aqui no Brasil. Definitivamente, Zanardi ressuscitou para o mundo do automobilismo.


Zanardi não se limitou em apenas ficar marcado na história como um grande piloto de automobilismo. Ele foi mais além. Resolveu participar das provas de ciclismo. Nessa semana em Londres, esse personagem sem limites para dedicação conquistou três medalhas na paralimpíadas, sendo duas de ouro nas provas de ciclismo contra o relógio e estrada e uma de prata na prova de equipes mistas de estrada. Por coincidência, o local da competição foi no tradicional circuito de Brands Hatch que abrigou as etapas inglesas de F-1 nos anos 60, 70 e 80. Uma conquista para fazer a gente se emocionar e refletir sobre muitas coisas da vida. Só me resta reservar este espaço para homenageá-lo.



Parabéns e obrigado bravo Phoenix Zanardi, pelas emoções e lições de vida!


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