domingo, 13 de maio de 2012

A primeira vitória de um venezuelano na Fórmula 1 democrática


Caro leitor do blog Esporte na Rede. O título desta coluna tem um toque de ironia entre duas realidades diferentes: A realidade do país de origem do piloto Pastor Maldonado e a nova realidade da Fórmula 1 em 2012.
Não sou a pessoa mais indicada para discutir política. A imagem do presidente Hugo Chavez mundo afora é de “ditador moderno”,  apesar do sistema de governo presidencialismo e se vive em democracia na Venezuela. Parece que por lá, teoria e prática não combinam, se divergem.
Mas como o assunto não é política! Pastor Maldonado conquistou a primeira vitória para sua nação em um momento que pode se considerar uma Fórmula 1 mais democrática. É simples explicar! Para um campeonato com cinco etapas realizadas, cinco pilotos de equipes diferentes venceram. Fazia tempo que isso não acontecia. A última vez foi em 83. Considerado por muitos, um dos melhores momentos da categoria, por que muitos pilotos e carros podiam ganhar as corridas.
Em 2012, além dos cinco diferentes vitoriosos, Jenson Button, Fernando Alonso, Nico Rosberg, Sebastian Vettel e agora Pastor Maldonado, alguns outros tiveram bons lances de destaque nas corridas. Destacaram-se Sérgio Perez na Malásia, Romain Grosjean no Bahrein e Kimi Raikkonen  no Bahrein e Espanha. Sem considerar os que ainda não tiveram bons lances, Hamilton, Webber e Schumacher, que  podem vencer. Quanto equilíbrio e disputas em cada corrida? Que show de democracia!
O grande responsável dessa situação é o pneu, sobretudo a fornecedora Pirelli. O desempenho do pneu ficou em segundo plano. A meta é promover esse novo tipo de espetáculo. Para carros e pilotos, o desafio é reunir estratégia e desempenho. A Pirelli e a FIA estão de parabéns. Todas as etapas foram emocionantes, com muitas ultrapassagens. Até o GP da Espanha, historicamente monótona, teve grandes lances neste domingo.
Cabe aqui uma reflexão muito importante neste momento. Foram raros os momentos que a Fórmula 1 permitia que tantos pilotos pudessem vencer em cada temporada. Nos últimos anos, no máximo quatro ou cinco pilotos conseguiam condições técnicas para vitória. Esse cenário em 2012 foi amplificado.
Sempre foi muito difícil o processo de carreira de um piloto. São diversas categorias até chegar à F-1. O funil para categoria máxima é muito apertado. Quando o piloto finalmente chega lá, tem que se fixar em uma equipe certa na hora certa. Muitos chegaram credenciados, com inúmeros títulos nas categorias inferiores, mas poucos, se consolidaram vencedores na Fórmula 1.
Na esfera da competitividade esportiva, a Fórmula 1 estava precisando de algo diferente. Uma guinada que gerasse mais audiências e mais visibilidade para cada equipe. Equilibrar o “grid” para provocar oportunidade e reconhecimento para aqueles que venceram a longa jornada até a categoria top e gerar sobrevida nos negócios para as equipes. A receita do pneu foi um acerto em cheio.
Voltando ao vencedor deste domingo, Pastor Maldonado teve apoio das petrolíferas venezuelanas e do presidente Hugo Chavez ao longo de toda a carreira.  Pastor Maldonado é um piloto muito talentoso. Venceu a GP2 em 2010, chegou à Fórmula 1 credenciado como muitos e conquistou a primeira vitória, segurando com muita maturidade Alonso, que também estava em um dia inspirado em Barcelona.
A Williams volta vencer, após péssimo desempenho em 2011 e jejum de vitórias desde 2004.  Frank passou por um final de semana muito intenso e cheio de emoções. Comemoração dos 70 anos de idade, pole, vitória na corrida e um tremendo susto com o incêndio nos boxes, logo após a solenidade do pódio. Quanta coisa para um final de semana, tio Frank?
ADENDO 1: O acidente entre Schumacher e Bruno Senna pareceu um acidente de corrida. Fica nítido que Schumacher está impaciente com a situação de não conseguir terminar as corridas.
ADENDO 2: Hamilton foi punido de maneira justa no treino classificatório. Agora, as equipes vão redobrar o cuidado para não deixar os carros na “banguela”.  E para Mclaren, talvez, não teria sido necessário deixar o combustível tão baixo no bólido de Hamilton. A pole parecia certa pelo desempenho de Hamilton nos treinos. A equipe detonou com a corrida do inglês, que com  a punição foi para o último lugar. A Mclaren está irreconhecível e se complicado cada vez mais nas estratégias desastrosas.  

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